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terça-feira, 29 de agosto de 2017

Não me preocupo mais com os sons vindos da porta
à noite me acordavam
Passos me assustavam
Gritos e gemidos daqueles que vagam
Lá fora, no frio
De olhos vazios
No escuro gélido que assombra essa casa
Não me importo mais com o tempo que passa
E as horas de agonia que se repetem

Há muito ela foi embora
Aquela que eu amava. E ainda amo
Às vezes, sozinho, seu nome, eu chamo
Pra dentro do escuro que me cerca
Por fora e por dentro
E sozinho eu lamento
Por todas as vezes em que não aproveitei
O tempo de vida que tive la fora
E a juventude se vai sem aviso
Sem cerimônia, sem compromisso nem hora
Vagando pelo frio, como almas perdidas

Se foi uma época em que me divertia
Me cansava correndo, parava e sorria
brincando sem pressa nem medo da morte
E hoje como se vendi minha sorte
Por pouco em retorno, me recolho
Porque infelizmente não sou eu quem escolhe
Meu próprio destino

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