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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Feche seus olhos, pequena criança
E se deixe levar pela brisa gelada
Entregue-se a ela para nunca retornar
Ou abra-os, e veja-se condenada

A saída do casulo pode ser dolorosa
Mas o verme recebe o poder de voar
Ironicamente, de asas cortadas
É como se sente ao se libertar

Correntes do mundo, prisão perpétua
Rosa malévola, fonte de crueldade
Votos de revolução, vida supérflua
Levando o que resta da sanidade

Melodia triste, repetitiva
Análoga aos dias de afazer
Sempre repetindo na canção sinistra
O que faz sentir morto, e obrigado a viver

Mensagens subliminares explícitas aos olhos
Aqueles que enxergam desejarão a cegueira
E a atrocidade que paira diante do nascer do sol
É o futuro que o nosso crepúsculo semeia

Não apenas é silencioso o sussurro
De modo que os vivos bebem de seu veneno
Mas voluntários condenados levantam a mão
Agindo coagidos como por opção
E de novo descartam o discernimento
A voz adentra às nossas entranhas
E nos perdemos em nosso próprio tempo

Acreditando viver, sentindo imortais
Como se tudo fizesse perfeito sentido

Vivendo como se nunca fôssemos morrer
Morrendo como se nunca houvéssemos vivido

(lucas vasconcelos)

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